quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Passas tão radiante e ligeiramente
Que não vês, ou simplesmente não percebes
Quem ferido agoniza no caminho
Deve não se dar conta
Já que volta e meia ouve ao longe
Um grito abafado pelas chagas magoadas
E lentamente retorna, mas tropeça em algo que atrapalha seus passos
Entretanto, nem mesmo assim você vê
Ou somente não olhas
Voltas para onde estavas indo
Tropeçando naquilo que entrelaça-se por suas pernas
E que chutas, tal qual um cão sem vida
Sem reação ou solução
Segues adiante sacodindo de si o pó daquilo que ao caminho lhe sujou
E vais em frente, sempre em frente
As vezes olhando ao redor
Procurando de onde vem o grito
Mas sem jamais encontrar
Ou realmente procurar..."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Essa inquietante espera
Corroe-me lentamente
Abrindo em meu peito
uma pequena fenda
Que a cada instante rasga-se mais
E sinto que ao fim destes 10.080 segundos
Tornar-se-à tão grande
Que será preciso reviver o barulho de cem carnavais
Para ofuscar o grito do meu silêncio..."

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Olhar Distante

Em meus olhos reside a amarga essência de ansiar pelo que não tenho.
Não bastando o apenas, o só... Sempre esperando pelo todo, o incabível , o ininteligível.
Olhos perdidos na distância de alcançar o que a tão longe existe, mas inalcansável se faz...
Distância tal que esses olhos se veem sozinhos na insistente procura de quem os trará de volta. Vagando lentamente sem saber onde encontrar e por vezes em dúvida do que realmente procuram...